Só que ao contrário das outras que foram desencadeadas pelo Vapor, pela Eletricidade e pela Eletrónica, a quarta revolução industrial é impulsionada por um conjunto de tecnologias inovadoras como a Internet das Coisas (IoT), a Realidade Aumentada, o Big Data, a Cloud, os Robots Autónomos, a Impressão 3D, entre outras, que para além de terem um potencial ainda desconhecido por muitos, algumas dessas tecnologias estão ainda num estágio de desenvolvimento embrionário, pelo que normalmente o grau de investimento e o nível de risco associado estão de mãos dadas.
Um outro fundamento básico da Indústria 4.0 é a integração e conectividade entre os equipamentos e os sistemas de produção, a nível vertical e horizontal, que permitem às empresas criar verdadeiras redes inteligentes ao longo de toda a cadeia de valor, dando-lhes uma elevada vantagem competitiva em termos de redução do “time to market”, aumento da flexibilidade da linha de produção, melhoria da qualidade dos produtos, possibilidade de customização em massa e aumento da produtividade.
No entanto, e apesar das inúmeras vantagens, não nos podemos esquecer que estamos a falar de uma transformação de uma dimensão e complexidade enorme, pelo que no decurso da jornada de transformação digital surgem diversos desafios.
Num projeto recente, promovido pela ANEME, a LBC teve a oportunidade de aplicar um Assessment de Maturidade da Indústria 4.0 às empresas do Setor Metalúrgico e Eletromecânico. Esse estudo permitiu retirar alguns dados interessantes, como por exemplo os principais inibidores ao desenvolvimento da I4.0 identificados pelas próprias empresas, dos quais se salientaram:
- Investimento financeiro necessário
- Questões relativas à segurança e privacidade dos dados
- Insuficiência de competências
- Limitações das infraestruturas tecnológicas
- Indefinição do benefício económico em investimento digitais
Estes inibidores tornam clara a natureza transversal do desafio da transformação digital e o elevado nível de exigência que recai sobre as empresas, sendo necessário atuar em várias dimensões: i) Estratégica; ii) Cultural e das Competências; iii) Tecnológica; iv) Cibersegurança; e v) Financeira.
No entanto, a pergunta que geralmente se impõe é: Por onde começar? E nós aconselhamos que o foco seja no Assessment de Maturidade I4.0 e no Road Map por forma a garantir uma abordagem focada na competitividade, custo-benefício e gestão de risco.
Artigo de Opinião por Margarida Gonçalves, Partner da LBC
Nota: Os resultados do estudo completo do Assessment de Maturidade I4.0 ao Setor Metalúrgico e Eletromecânico pode ser consultado aqui.