Liderar no mercado interno
As empresas ENAMAR e ENACOLGEST visam contribuir para a estratégia de liderança do mercado interno de combustíveis, garantindo a criação de valor para os diversos stakeholders da ENACOL: acionistas, empregados, fornecedores, parceiros e clientes.
Para atingir o objetivo estratégico número um da ENACOL, a liderança no mercado interno, já em 2008 foi realizado um conjunto de transformações. A nível organizacional, por exemplo, a empresa foi totalmente reestruturada, com a definição de um novo organigrama, novas funções internas e um ajuste dos lugares diretivos e do quadro de pessoal.
Adicionalmente, foram ainda autonomizadas duas áreas de negócios:
- a logística do transporte marítimo, constituída pelo transporte de carga geral e de granéis e pela realização de bancas, nacionais e internacionais; e
- a gestão dos postos de abastecimento, que inclui o abastecimento dos postos e a negociação com os agentes comerciais que operam os postos.
Os objetivos estratégicos desta autonomização são uma maior focalização de uma equipa de gestão própria nestes negócios, aumento da capacidade de realização de parcerias com entidades terceiras, unicamente para estas áreas de negócio, e uma melhor perceção do valor criado (“accountability”), tal como acontece nos diversos negócios de pure play.
ENAMAR
Para a ENAMAR são destacados os ativos de transporte marítimo atualmente na ENACOL, que consistem em dois navios e outros equipamentos de apoio como rebocadores, barcaças e salva-vidas.
Com esta configuração, o balanço da ENACOL fica liberto de um conjunto de activos de suporte à atividade, que pesam bastante na sua estrutura e financiamento, “isolando” o risco desta atividade numa companhia à parte.
Com a nova estrutura de prestação de serviços baseada na ENAMAR os clientes pagam à ENACOL os valores correspondentes aos produtos petrolíferos transportados e à nova empresa de transporte marítimo o valor inerente aos serviços de transporte prestado.
Os mercados de capitais tendem a valorizar estratégias de spin off de áreas de negócio, através de empresas pure plays, pelos seguintes motivos:
- Aumento do focus de gestão em cada negócio;
- Redução / eliminação de sinergias negativas e de complexidade de gestão;
- Aumento da eficiência do investimento (as empresas diversificadas tendem a alocar o investimento de forma ineficiente);
- Melhoria da accountability dos negócios;
- Redução das assimetrias de informação para o mercado (maior transparência);
- Capacidade de definir contratos de incentivos mais focalizados para os managers; e
- Razões de eficiência fiscal.
Existe um conjunto de drivers de mudança a considerar no desenvolvimento da missão da ENAMAR que contribuem para modificar o panorama logístico em Cabo Verde:
- Construção de parques de combustível – vai proporcionar mais capacidade instalada e, consequentemente, necessidades de transporte mais limitadas. Os parques previstos serão localizados na Cidade da Praia, Sal e S. Vicente;
- Novas infraestruturas aeroportuárias – o desenvolvimento de Cabo Verde vai incrementar o tráfego aéreo, o que vai potenciar o crescimento e alargamento destas infraestruturas; e
- Crescimento regular do negócio das bancas – com negócio latente e que a ENACOL não consegue realizar, por manifesta falta de capacidade.
Adicionalmente, em termos estratégicos, está a ser negociada a potencial constituição de uma parceria logística com a Shell tendo em conta as sinergias existentes no negócio da logística e a potencial utilização comum de muitos equipamentos.
ENACOLGEST
Em termos do negócio dos postos de distribuição existe uma situação de contratualização externa da exploração dos postos a agentes externos, que são
responsáveis por toda a exploração do posto e dos diversos negócios, incluindo venda de combustíveis e lubrificantes, espaços comerciais e alguns serviços de apoio ao automóvel (garagem, lavagem, entre outros).
A ENACOL é atualmente responsável pela totalidade da remodelação e investimentos na imagem dos espaços comerciais, sem quaisquer contrapartidas dos agentes.
Esta contratualização, que remonta há alguns anos, implica uma grande heterogeneidade de tratamento entre postos, inexistência de contratos de incentivos para os agentes e algum desfasamento das atuais condições contratuais face ao mercado.
A nova empresa pretende estabelecer um padrão de contratualização, incluindo timings de revisão de preços/concurso para o desenvolvimento dos postos, regras homogéneas de funcionamento e um conjunto de serviços acessórios que permita aumentar a rentabilidades dos postos (ex. uma central de compras para aumentar o potencial de agregação junto de fornecedores externos).
A nova equipa responsável por este negócio tem assim uma missão muito objetiva de poder aumentar a rentabilidade da empresa, neste segmento de atividade, apoiando os agentes a desenvolver também o seu negócio.
Minimizar custos energéticos
A ENACOL e a SHELL são as companhias que operam o mercado, em toda a extensão da cadeia de valor, desde a compra do combustível até à distribuição ao cliente final, tendo o direito exclusivo de importação e venda em todo o país.
A ENACOL foi historicamente a empresa do Estado de Cabo Verde para desenvolver este negócio. Hoje, conta com um conjunto de acionistas privados, incluindo a Galp Energia e a Sonangol, e outros individuais, pela sua dispersão em bolsa.
A sua missão é disponibilizar em todas as ilhas do País produtos petrolíferos e seus derivados racionalizando o circuito logístico, para minimizar os custos energéticos. Para isso, conta com uma rede de 24 postos de abastecimento, 12 nas ilhas do Barlavento e 12 nas ilhas do Sotavento.
Cabo Verde é um arquipélago com 4.033 km2 de território e dez ilhas, com uma população estimada em cerca de 450 mil pessoas. O petróleo é a principal fonte de energia e todos os seus produtos derivados são importados, por não haver produção própria ou capacidade de refinação.
Os pontos de entrada e de armazenagem de produtos estão concentrados em S. Vicente, Sal e S. Tiago, onde o consumo representa cerca de 90% do total do país.